Lula é ‘incoerente fora do Brasil’ e ‘impopular internamente’, diz revista britânica The Economist

Lula é 'incoerente fora do Brasil' e 'impopular internamente', diz revista britânica The Economist

Lula enfrenta desafios de popularidade e coerência internacional, aponta The Economist

A renomada revista britânica The Economist publicou recentemente uma análise crítica sobre o atual cenário político e diplomático do Brasil sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O artigo destaca a percepção de incoerência na política externa do país e a queda de popularidade de Lula no cenário doméstico.

Condenação Internacional e Alinhamento com o Irã

Em 22 de junho, o Itamaraty emitiu um comunicado condenando os ataques dos Estados Unidos e Israel ao território iraniano, classificando a ofensiva como uma violação da soberania do Irã e do direito internacional. Essa posição do Brasil contrastou com a postura de outras democracias ocidentais, que apoiaram ou expressaram preocupação em relação aos ataques.

A participação contínua do Brasil ao lado do Irã nos Brics, que terá uma cúpula de líderes em 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, reforça essa simpatia. O Irã, que se juntou ao grupo de economias emergentes em 2024, segue alinhado com o Brasil, China e Rússia, o que, segundo a The Economist, contribui para a imagem de um Brasil “hostil ao Ocidente”.

Relações Internacionais e Alinhamentos Políticos

A revista destaca que a posição do Brasil nos Brics, dominado por agendas de regimes autoritários, reflete uma política externa incoerente sob a liderança de Lula. A ausência de encontros pessoais entre Lula e o então presidente americano Donald Trump ressalta o afastamento do Brasil dos Estados Unidos, tornando o Brasil a maior economia cujo líder não se encontrou com o presidente americano.

Em contraste, Lula tem cortejado a China, com dois encontros com o presidente Xi Jinping no ano passado. Além disso, a viagem de Lula à Rússia em maio para as celebrações da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial foi um esforço para mediar a guerra na Ucrânia, uma tentativa que não recebeu atenção de Vladimir Putin ou de outras lideranças.

O afastamento da Argentina após a eleição de Javier Milei em 2023 e o apoio inicial à Venezuela também são mencionados como exemplos da incoerência na política externa de Lula.

Desafios Domésticos e Queda de Popularidade

Internamente, a The Economist aponta que a fraqueza de Lula no cenário mundial é agravada pela queda de popularidade em casa. Uma pesquisa Genial/Quaest indicou que a desaprovação ao governo de Lula chegou a 57% no início de junho, marcando o maior índice de desaprovação de seu terceiro mandato.

A derrubada do decreto que aumentava o IOF pelo Congresso Nacional foi um movimento inédito nos últimos 30 anos, sinalizando a fragilidade de Lula perante o Legislativo. A revista observa que o Brasil se inclinou para a direita, e muitos associam o Partido dos Trabalhadores à corrupção, devido a escândalos passados que envolveram Lula.

Apesar das dificuldades legais enfrentadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ele ainda mantém força entre a população, e uma unificação da direita antes das eleições de 2026 poderia ameaçar a presidência de Lula, segundo a publicação.

Reflexões sobre a Importância Geopolítica do Brasil

A The Economist conclui que, embora o Brasil tenha um grande déficit comercial com os Estados Unidos, a falta de importância geopolítica em questões como a guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio diminui a relevância do país no cenário internacional. A publicação sugere que Lula deve focar em questões mais próximas e parar de fingir uma importância que não corresponde à realidade geopolítica atual.

Em suma, o artigo da The Economist expõe os desafios enfrentados pelo presidente

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