Exoneração de Secretário de Transportes Agita Política no Rio de Janeiro

O cenário político do Rio de Janeiro sofreu uma reviravolta nesta semana com a exoneração do secretário de Transportes, Washington Reis, durante a interinidade de Rodrigo Bacellar no governo estadual. A decisão provocou reações diversas e trouxe à tona tensões políticas locais.

Exoneração Durante Viagem Internacional

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, filiado ao União Brasil, aproveitou o período em que está à frente do governo estadual, devido à viagem do governador Cláudio Castro a Portugal, para exonerar Washington Reis da Secretaria de Transportes do Estado. A demissão foi oficializada por meio de uma edição extra do Diário Oficial na quinta-feira (3), enquanto Castro, do Partido Liberal (PL), participa do Fórum de Lisboa, o “Gilmarpalooza”.

Cláudio Castro, que ficará fora do país até o domingo (6), deixou o cargo temporariamente nas mãos de Bacellar. A exoneração de Reis foi recebida com surpresa pelo próprio, que afirmou ter sido informado do ato através da imprensa.

Reações e Justificativas

O agora ex-secretário Washington Reis, que possui aspirações de se candidatar ao governo do estado em 2026, assim como Bacellar, expressou sua surpresa e insatisfação com a decisão. Em suas redes sociais, Reis declarou que sua exoneração ocorreu exclusivamente devido à sua recusa em apoiar “quem não tem preparo ou capacidade para governar o Estado do Rio de Janeiro”.

Reis destacou que desempenhou suas funções nos últimos dois anos e meio com a confiança do “GOVERNADOR ELEITO”. Ele afirmou continuar com a consciência tranquila e o orgulho de ter trabalhado com seriedade durante sua gestão.

Contexto e Implicações Políticas

A exoneração de Reis é marcada por um histórico de desentendimentos políticos. Bacellar já havia se desentendido com o irmão de Reis, o deputado estadual Rosenverg Reis (MDB), em uma discussão na Assembleia Legislativa sobre a convocação do secretário para prestar esclarecimentos acerca da tarifa do metrô. Rosenverg foi contra a convocação e declarou que orientaria o irmão a não comparecer.

Durante o debate, Bacellar afirmou que “acabou o tempo de você achar que seu irmão manda no estado do Rio”, indicando um clima de tensão e rivalidade nos bastidores do governo fluminense.

Desde a renúncia de Thiago Pampolha para assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado em maio, o Rio de Janeiro está sem vice-governador, o que pode ter contribuído para o clima de instabilidade política.

Aliados e Perspectivas Futuras

Washington Reis, conhecido por sua aliança com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, está inelegível devido a uma condenação por crime ambiental. No entanto, ele busca reverter essa decisão e tem dado sinais de uma possível aliança com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que também articula uma candidatura ao governo.

Essa movimentação política pode ter impactos significativos nas eleições estaduais de 2026, com potenciais alianças e reconfigurações de poder no cenário político local.

Considerações Finais

A exoneração de Washington Reis revela as complexas dinâmicas políticas que permeiam o governo do Rio de Janeiro. Com eleições se aproximando e alianças sendo formadas, o cenário político do estado continua em evolução, exigindo atenção e análise cuidadosa dos desdobramentos futuros. A decisão de Bacellar, embora polêmica, pode ser um indicativo das estratégias que estão por vir na política fluminense.