As Idades de Lula

As Idades de Lula

Lula e os Desafios Políticos e Biológicos para 2026

Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente do Brasil, enfrentará um grande desafio nas eleições de 2026. Com 81 anos na época, ele será o presidente mais idoso a concorrer à reeleição, semelhante à idade de Joe Biden durante a campanha de 2020 nos Estados Unidos. No entanto, mais do que a idade biológica, Lula enfrenta a “idade política”, uma barreira significativa em sua trajetória.

A Influência de Lula na Política Brasileira

Desde Getúlio Vargas, nenhum líder exerceu tanta influência no Brasil quanto Lula. Nem mesmo Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília, ou Fernando Henrique Cardoso, arquiteto da estabilidade monetária, alcançaram tal proeminência. Lula, considerado um gênio político, brilhou como estadista notável apenas uma vez, há 23 anos, mas falhou em 2010 e 2023.

Um verdadeiro estadista altera o curso da história com coragem e inspiração, desafiando expectativas e abrindo novos caminhos. Exemplos disso são Nelson Mandela, que promoveu a reconciliação na África do Sul, e Menachem Begin, que assinou a paz entre Israel e Egito ao retirar tropas do Sinai. Em 2002, Lula fez algo semelhante com a “Carta ao Povo Brasileiro”, que o levou ao Planalto.

Os Erros Estratégicos e a Estagnação

Após sua ascensão, Lula estagnou. Em 2010, ungido pela soberba, indicou Dilma Rousseff, cuja gestão levou o país à maior recessão do pós-guerra. Em 2023, ao retornar ao poder, governou como se o tempo não tivesse passado desde 2003.

A ascensão de Jair Bolsonaro foi, em parte, consequência dos erros de 2010, mas também ofereceu a Lula uma nova oportunidade de inovar. A chance estava em uma aliança com o centro democrático, mas foi desperdiçada. Em vez de ajustar a política fiscal para uma redução sustentável dos juros, optou por estímulos ao consumo, uma estratégia populista.

Desafios Econômicos e Políticos Atuais

Nos mandatos anteriores, Lula tinha um rumo claro. Agora, carece de estratégia. Optou por uma aliança com o centrão, que trouxe aumento dos gastos públicos. Os desafios macroeconômicos resultaram em um controle fiscal precário gerido por Fernando Haddad, levando a taxas de juros altas e confrontos com o Congresso, como visto no caso do decreto do IOF.

O recurso frequente à demagogia revela as ambiguidades do discurso governamental. O governo culpou Roberto Campos Neto pelos juros altos, mas quando a presidência do Banco Central passou para Gabriel Galípolo, indicado por Lula, a retórica mudou. Sem um bode expiatório, a narrativa voltou-se para o centrão, reciclando a retórica de “ricos versus pobres”.

A Fragilidade do Executivo e a Influência do Congresso

Desde Dilma Rousseff até Bolsonaro, o Congresso adquiriu poder significativo. Na aliança com o centrão, o Executivo se vê frequentemente em posição frágil, submetido a chantagens contínuas. O recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) evidencia a perda de autoridade política de Lula. Embora a economia apresente crescimento, isso não se traduz em popularidade para o presidente.

Aos 81 anos, Lula enfrenta um desafio complexo, onde a “idade política” pesa mais que a biológica. A trajetória até 2026 exigirá mais do que nunca habilidade e inovação para superar os obstáculos que se acumulam em seu caminho.

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