Lula se reunirá com Cristina Kirchner na Argentina; Milei não está na agenda.

Lula se reunirá com Cristina Kirchner na Argentina; Milei não está na agenda.

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Lula se Reúne com Cristina Kirchner Durante Cúpula do Mercosul na Argentina

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, planeja se encontrar nesta quinta-feira (3) com a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, atualmente em prisão domiciliar após condenação por corrupção. A reunião foi autorizada pela Justiça argentina e ocorrerá na tarde, após a cúpula de chefes de Estado do Mercosul, em Buenos Aires.

Condenação de Cristina Kirchner

Cristina Kirchner foi sentenciada por favorecimento ao empresário Lázaro Báez, proprietário de uma empreiteira e amigo dos Kirchner. Entre 2003 e 2015, Báez venceu 51 licitações de obras públicas, muitas superfaturadas ou inacabadas, com parte dos lucros supostamente direcionada à ex-presidente, ao marido Néstor Kirchner e a empresas familiares. Cristina foi condenada por chefiar uma organização criminosa e operar uma administração fraudulenta durante 12 anos, abrangendo tanto o governo de Néstor quanto seus dois mandatos consecutivos, com um prejuízo estimado de US$ 1 bilhão. Ela nega todas as acusações, declarando que o veredicto já estava decidido antes do julgamento.

Ausência de Encontro com Javier Milei

Apesar de estar na Argentina para um evento oficial, Lula não se encontrará com o atual presidente do país, Javier Milei, devido a falta de agendamento bilateral. Esta viagem marca a primeira visita oficial de Lula ao território argentino desde a posse de Milei em dezembro de 2023. Os formatos das cúpulas do Mercosul geralmente incluem encontros reservados entre presidentes, mas tal possibilidade não faz parte desta visita. Durante a campanha eleitoral, Milei criticou publicamente Lula e o PT, reunindo-se com o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua visita ao Brasil em 2024.

Acordos Comerciais no Mercosul

A cúpula do Mercosul em Buenos Aires também coincide com a passagem da presidência rotativa do bloco da Argentina para o Brasil. O sistema prevê que cada membro lidere o grupo por seis meses, organizando negociações e encontros de alto nível. O evento é realizado após a divulgação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Esta parceria criará uma zona de livre comércio abrangendo 300 milhões de pessoas, com PIB superior a US$ 4,3 trilhões.

Ratificação do Acordo Mercosul-União Europeia

O governo brasileiro planeja formalizar o acordo ainda em 2025, enquanto procura avançar na ratificação do acordo Mercosul-União Europeia, assinado em 2019 após 20 anos de negociações. O tratado enfrenta resistência de países como a França, onde o presidente Emmanuel Macron insiste que os padrões ambientais europeus são mais rigorosos do que aqueles exigidos dos sul-americanos. Lula apela para que a França apresente uma contraproposta para destravar as conversas.

Em suma, a visita de Lula à Argentina, além de consolidar suas alianças regionais, destaca o compromisso do Brasil em fortalecer o Mercosul e negociar acordos comerciais abrangentes, enfrentando desafios diplomáticos significativos em um cenário global em transformação.

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