PDT recebe filiação de Requião e filho em meio a críticas ao governo Lula
O ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, e seu filho, o deputado estadual Requião Filho, oficializarão sua filiação ao PDT no próximo dia 16. Após um período conturbado no PT, pai e filho decidiram migrar para o novo partido, em busca de novas perspectivas políticas e em reação às suas divergências com a atual gestão federal.
Trajetória e Descontentamento com o PT
Roberto Requião e seu filho ingressaram no PT em 2022 com o intuito de formar um palanque regional de apoio ao então candidato e atual presidente Lula. A estratégia visava fortalecer a candidatura de Lula no Paraná, mas a relação entre Requião e o PT deteriorou-se após a vitória do presidente nas urnas. Pai e filho manifestaram críticas às políticas do governo federal, que consideram insuficientes para as transformações prometidas.
Em declarações públicas, Requião expressou sua insatisfação com o governo Lula. Em sua conta no X (antigo Twitter), ele afirmou que a campanha tinha como objetivo derrotar o liberalismo econômico promovido pelo governo anterior, mas que, segundo ele, “nada mudou”. Esse descontentamento culminou na saída de Requião do PT no início de 2024, alegando falta de atenção e diálogo com o partido após as eleições.
Requião no Cenário Político Local
A trajetória política de Requião nos últimos anos tem sido marcada por desafios. Em 2023, ele concorreu à Prefeitura de Curitiba pelo partido Mobiliza, mas obteve apenas 1,8% dos votos válidos. Após essa derrota, desfilou-se do partido e iniciou conversas com o PDT, encabeçadas pelo ex-ministro Carlos Lupi.
Requião Filho, por sua vez, também deixou o PT em abril e anunciou sua intenção de se filiar ao PDT, afirmando acreditar no potencial do partido para retomar sua relevância no cenário político nacional. Atualmente no terceiro mandato como deputado estadual, Requião Filho se apresenta como um potencial candidato ao governo do Paraná em 2026.
O Futuro no PDT e a Situação Nacional
No Paraná, o PDT possui apenas um representante na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Goura. O partido adota uma posição crítica em relação ao governo estadual de Ratinho Junior (PSD), alinhando-se à bancada petista na oposição. A filiação de Requião e seu filho é vista como uma tentativa de fortalecer a presença do PDT no estado e ampliar sua influência política.
Em nível nacional, o PDT tem enfrentado tensões com o governo Lula, especialmente após a demissão de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho em maio. A bancada do partido na Câmara anunciou o rompimento com o governo, intensificando as divergências entre as duas legendas.
Requião Filho destacou a importância histórica do PDT e manifestou seu compromisso em colaborar para a reconstrução do partido. Ele ressaltou a intenção de contribuir para que o PDT recupere a importância que teve no passado na política nacional.
A cerimônia de filiação de Requião e seu filho ao PDT ocorrerá na sede do partido em Brasília, marcando um novo capítulo na trajetória política dos dois, que buscam novas alianças e relevância no cenário político brasileiro.
Reflexões sobre a Mudança de Partido
A decisão de Requião e seu filho de migrarem para o PDT reflete a busca por um espaço político onde possam expressar suas críticas e propostas de forma mais alinhada com suas convicções. A mudança ocorre em um momento de reconfiguração das alianças políticas no Brasil, com partidos e lideranças buscando reposicionar-se em um cenário em constante transformação.
O desenrolar dessa nova fase para Requião e seu filho no PDT poderá ter impactos significativos tanto no cenário político do Paraná quanto nas dinâmicas nacionais, especialmente em um contexto de crescente polarização e desafios políticos. A expectativa é que a filiação ao PDT proporcione a visibilidade e a plataforma necessárias para que possam influenciar o debate político e promover suas agendas.