Novo livro revela que o poder corrompe, mas sua ausência é pior

Novo livro revela que o poder corrompe, mas sua ausência é pior

O legado de Zbigniew Brzezinski: poder e ausência de poder

Um novo livro lançado nos Estados Unidos, intitulado “Zbig: The Life of Zbigniew Brzezinski, America’s Great Power Prophet” (Zbig: A Vida de Zbigniew Brzezinski, o Profeta do Poder dos Estados Unidos), revela aspectos significativos da vida e da carreira do influente conselheiro de segurança nacional Zbigniew Brzezinski. Escrito pelo jornalista inglês Edward Luce, a obra oferece uma visão detalhada sobre a trajetória do aristocrata polonês que se destacou durante o governo do presidente Jimmy Carter e desempenhou um papel crucial na diplomacia dos direitos humanos contra a União Soviética.

De aristocrata polonês a conselheiro de segurança

Zbigniew Brzezinski, nascido em 1928, destacou-se na política internacional ao servir como conselheiro de segurança nacional do presidente Jimmy Carter entre 1977 e 1981. Durante seu mandato, ele foi fundamental para enfraquecer a diplomacia soviética, promovendo políticas de defesa dos direitos humanos. Apesar de sua importância, Brzezinski enfrentou o desafio de suceder Henry Kissinger, uma figura icônica e de grande influência na diplomacia americana.

Ambos, Brzezinski e Kissinger, emigraram para os Estados Unidos na década de 1930, estudaram em Harvard e integraram a elite diplomática de Washington. No entanto, suas personalidades divergiam significativamente. Enquanto Kissinger era conhecido por buscar os holofotes, Brzezinski preferia manter-se longe das atenções, confiando na força moral dos Estados Unidos para combater a União Soviética.

Uma visão singular sobre a União Soviética

Desde jovem, Brzezinski demonstrou um profundo interesse pelos assuntos soviéticos. Em 1939, aos 11 anos, ele escreveu uma dissertação intitulada “O Cerco de Berlim – 19??”, onde imaginava comandar tropas contra os alemães. Esse interesse se consolidou ao longo dos anos, levando Brzezinski a se tornar um especialista em questões soviéticas. Nos anos 1950, ele identificou os nacionalismos dentro da União Soviética como o seu “calcanhar de Aquiles”, uma visão que se mostrou acertada com o tempo.

O livro de Luce destaca essa capacidade de Brzezinski de prever e influenciar eventos internacionais, reforçando sua reputação como um dos mais importantes estrategistas do século XX. Sua abordagem voltada para os direitos humanos e o uso estratégico do poder americano foram fundamentais para moldar o cenário geopolítico da época.

A reflexão sobre poder e ausência de poder

Uma das contribuições mais marcantes de Brzezinski para o pensamento político foi sua adaptação da famosa frase de Lord Acton. Enquanto Acton afirmou em 1885 que “o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente”, Brzezinski, em 1979, afirmou: “Cheguei à conclusão de que, embora o poder corrompa, a ausência de poder corrompe completamente.”

Essa reflexão de Brzezinski ecoa não apenas nas esferas de governo, mas também nas estruturas de poder em diferentes contextos, desde a diplomacia de Washington até as complexas dinâmicas políticas da Baixada Fluminense. Seu legado continua a influenciar debates sobre o uso do poder e suas implicações morais e éticas no cenário global.

O livro “Zbig” de Edward Luce oferece uma oportunidade única de compreender a complexa figura de Zbigniew Brzezinski e seu impacto duradouro na política internacional. Através da análise de sua vida e carreira, o leitor é convidado a refletir sobre as nuances do poder e a importância de sua presença na condução dos assuntos mundiais.

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