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Engajamento nas Redes: Desafios da Esquerda Frente à Direita
O cenário das redes sociais no Brasil revela um domínio significativo da direita, que supera em mais do que o dobro o engajamento de postagens de esquerda, centro e centrão juntos. Dados da consultoria Bites, analisados pela Folha, mostram a amplitude dessa disparidade, destacando um desafio considerável para o governo Lula (PT). A diferença é notável tanto no número de seguidores quanto no volume de interações nas redes sociais.
Disparidade de Engajamento nas Redes Sociais
Em 2025, postagens de figuras políticas de direita alcançaram um engajamento 2,5 vezes maior que o dos políticos de esquerda, centro e centro-direita juntos. Considerando curtidas, comentários e compartilhamentos nas principais redes sociais —Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e X (ex-Twitter)— a direita registrou 1,48 bilhão de interações nos primeiros cinco meses do ano. Em contraste, a esquerda obteve 417 milhões, enquanto o centro e o centrão somaram 171 milhões de reações.
A análise considerou os 250 políticos mais seguidos, incluindo deputados federais, senadores, presidente e ex-presidentes, além de ministros e governadores. Apesar de uma distribuição relativamente equilibrada entre políticos de centro, direita e esquerda, o engajamento dos perfis de direita se destacou.
Organização e Afinidade: O Diferencial da Direita
Segundo André Eler, diretor técnico da Bites, a direita se destaca pela organização e o engajamento coeso nas redes sociais. Essa “bolha” mais ativa e afinada gera um volume maior de interações. Em média, cada postagem de políticos de direita resultou em 12.894 interações, comparado a 4.699 dos aliados de Lula e 3.900 do centro e centrão.
Por outro lado, a esquerda enfrenta desafios em manter uma linha unificada de atuação nas redes. Exemplos como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) ilustram discursos muitas vezes antagônicos. Além disso, a falta de organização é um ponto crítico, com figuras-chave como o presidente Lula frequentemente ausentes dos debates nas redes sociais.
Desafios do Centro e Centrão nas Redes Sociais
Políticos de centro e centrão buscam aumentar sua presença nas redes como estratégia para angariar votos. Contudo, muitos ainda apresentam menos afinidade com as plataformas digitais. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, adotou um tom mais descontraído, mas seu público de 300 mil seguidores ainda é modesto comparado a outros políticos.
Apesar disso, Motta tem se destacado pelo engajamento médio de 3.624 interações por post. Já Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, conta com 627 mil seguidores e uma média de 1.129 reações por publicação. O engajamento, no entanto, fica abaixo do que a esquerda tem alcançado em recentes embates contra o Congresso.
Figuras externas à política tradicional, como humoristas e influenciadores, também representam o centro e centro-direita, mas com