Bolsonaro e sua Estratégia Política para o Congresso Nacional em 2026
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recentemente negou qualquer tentativa de estabelecer um “poder paralelo” através da eleição de uma maioria no Congresso Nacional em 2026. Em declarações públicas, Bolsonaro afirmou que seu objetivo é representar uma “maioria silenciosa” que tem sido sistematicamente excluída dos espaços institucionais. Contudo, suas ações e discursos continuam a alimentar debates sobre sua influência política futura.
Negativas e Recuos de Bolsonaro
Na última terça-feira, Bolsonaro usou sua conta no X, antigo Twitter, para refutar as acusações de que estaria planejando uma estrutura paralela de poder. Ele enfatizou que não há — e nunca houve — qualquer intenção de atuar fora dos marcos legais e democráticos. Segundo o ex-presidente, o foco é ampliar a legítima representação política de grupos que não encontram espaço nas instituições atuais.
Em sua postagem, Bolsonaro afirmou que seu esforço é transparente e dentro das regras do jogo democrático. “Defender ideias, ocupar espaços e disputar narrativas não é ameaça — é democracia em seu estado mais puro”, declarou. A reação de Bolsonaro veio após reportagem da Folha, que sugeria um plano do ex-presidente para influenciar o Congresso além dos resultados eleitorais de 2026.
Declarações Públicas e Planos Estratégicos
No domingo anterior, durante evento na avenida Paulista, Bolsonaro expôs suas intenções ao afirmar que, com 50% da Câmara e do Senado, o líder do Congresso teria mais poder que o presidente da República. Essa declaração gerou ampla repercussão, levando a uma série de especulações sobre suas verdadeiras intenções políticas.
Desde que deixou a Presidência, Bolsonaro tem enfatizado a importância de eleger uma maioria no Senado, órgão responsável pela aprovação de impeachments de ministros do STF. Aliados próximos afirmam que Bolsonaro está mais focado em garantir essa maioria do que em eleger um novo presidente da República. Inelegível, ele já mencionou que ter o controle do Congresso lhe daria mais poder que a própria presidência.
Implicações Legais e Políticas Futuras
O ex-presidente também tem demonstrado interesse em obter maioria na Câmara dos Deputados. Embora a Câmara não possua o poder de iniciar um impeachment contra ministros do STF, ela tem papel crucial em outros processos legislativos, como a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
No evento da Paulista, Bolsonaro não descartou a possibilidade de estar preso ou morto durante as eleições de 2026, um cenário que ele descreveu em entrevista à Folha como o fim de sua vida. Caso condenado por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, sua pena pode ultrapassar 40 anos de prisão.
Bolsonaro detalhou seu plano de eleger líderes do Congresso e das comissões, afirmando que com essa maioria, seriam responsáveis pelo destino do Brasil. Ele destacou a importância de passar pelo crivo do PL candidatos ao Senado e formar alianças com partidos como União Brasil-PP e Republicanos, priorizando aqueles que apoiem ofensivas contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes.
Conclusão e Reflexões Finais
A estratégia política de Jair Bolsonaro para as eleições de 2026 levanta importantes questões sobre a influência de ex-presidentes em democracias modernas. Embora negue buscar um “poder paralelo”, suas declarações e movimentos sugerem um plano bem definido para manter relevância política através do Congresso Nacional. Independentemente das críticas, Bolsonaro continua a ser uma figura central no cenário político brasileiro, com potencial para moldar o futuro político do país.